1 de ago. de 2012

DISCALCULIA: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA MATEMÁTICA


Precisamos ficar atentos quando observamos que uma criança tem dificuldade em matemática. Normalmente achamos comum por se tratar de uma disciplina complexa e com a qual muitos não se identificam. Mas, não é bem assim que as coisas funcionam.
Essas dificuldades podem ocorrer por fatores mentais, psicológicos ou pedagógicos.
O desenvolvimento cognitivo do ser humano está relacionado a fatores sociais, biológicos e afetivos. A aprendizagem é um processo contínuo e gradual, e cada indivíduo tem o seu ritmo, seja ele mais lento ou mais rápido, desde o nascimento até o último dia de sua vida.
Durante todos os momentos das nossas vidas vamos construindo e reconstruindo nossa aprendizagem. Essa aprendizagem vai depender da herança genética, da maturação do sistema nervoso, do esforço, interesse e envolvimento.

Estudos relatam que a dificuldade do conhecimento matemático pode estar relacionada ao processo de ensino-aprendizagem, na transmissão mecânica em vez de significativa, deixando de privilegiar a investigação e a reflexão, sem contar os problemas cognitivos e afetivos, como também déficit de atenção, que podem gerar dificuldades no processo de aprendizagem da matemática.

Muitas vezes o que ocorre é uma estruturação inadequada do raciocínio matemático em função de uma didática equivocada e excesso de conteúdos.
Segundo José Coelho (2002), para a aprendizagem ser significativa, é necessário que a aprendizagem envolva raciocínio, análise, imaginação e relacionamento entre ideias, coisas e acontecimentos.
A discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na aprendizagem matemática. Este transtorno não é causado por deficiência mental, déficits visuais ou auditivos, nem por má escolarização, por isso é importante não confundir a discalculia com os fatores citados acima.
Uma definição mais recente, de acordo com o DSM-IV*, define discalculia do desenvolvimento como uma dificuldade de aprendizagem em matemática, cujo diagnóstico é estabelecido quando o desempenho aritmético é substancialmente inferior ao esperado para a idade, inteligência e educação.
A discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números. É um problema de aprendizado independente, mas pode também estar associado à dislexia. Já pode ser notada a partir da pré-escola, quando a criança tende a ter dificuldades em compreender os termos já utilizados, como igual, diferente, porém somente após a introdução de símbolos e conceitos mais específicos é que o problema se acentua. Mas, o diagnóstico não deve ser feito antes do 3º ano do ensino fundamental. O problema principal está em compreender que o problema não é a matemática e sim a maneira como ela é ensinada às crianças. Dentre os tipos de desordem de aprendizagem, a discalculia é o menos conhecido e, por isso, não é frequentemente reconhecida.
A intervenção com relação aos alunos com dificuldade na matemática exige muito tempo, esforço e, sobretudo que os professores repensem as suas formas e atitudes de ensinar a matemática.




Os professores devem buscar estratégias cognitivas específicas para a resolução de problemas e, sempre que possível, trabalhar individualmente com estes alunos.

Também é interessante que proponham jogos na sala de aula, já que os jogos são uma boa opção para ajudar na visualização de seriação, de classificação, as habilidades psicomotoras, habilidades espaciais e a contagem. Com os jogos, o processo de aprendizagem é desenvolvido de forma cognitiva, social, emocional e ética.
Para finalizar, todos devem ter em mente que o aprendizado deve ser significativo e envolver o aluno emocionalmente, deixando-o tranquilo para atribuir energia a esse aprendizado, e assim, despertando a motivação.

Não podemos esquecer que a família também deve acompanhar a dificuldade da criança ou adolescente, sendo orientada da importância em fazer um diagnóstico que irá direcionar o percurso que será realizado com o aluno, pois a criança precisa se sentir acolhida neste momento.






* Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais