Com a situação atual diante
da pandemia, nossas escolas tiveram que se adaptar rapidamente a uma nova configuração,
para a qual não estavam preparadas.
As famílias também tiveram
que se adaptar a essa nova realidade com as crianças o dia todo em casa, e os
pais, muitas vezes, trabalhando em home office com as crianças tendo aulas on-line.
Acontece que muitas casas não possuem um computador ou celular para cada pessoa,
dificultando, assim, o acesso das crianças às aulas e, consequentemente, um
aproveitamento eficaz na aprendizagem. Essa tem sido uma situação muito
complicada e estressante.
O principal motivo de as
aulas não presenciais serem realizadas foi evitar retrocesso na aprendizagem e
manter o vínculo com os professores e colegas. Desde a Educação Infantil até o
Ensino Médio as aulas estão sendo on-line, e cada escola se adaptou segundo suas
necessidades.
Mas como vai ser a volta às instituições?
Como lidar com o medo da
volta?
Ainda tem muita coisa para se
desenvolver e resolver com essa crise.
As escolas e a educação, de
modo geral, não serão mais as mesmas. Serão necessárias muitas mudanças e
adaptações.
Ao voltarem, as crianças não
poderão ter contato direto com os amigos. Controlar o afastamento social das
crianças menores não vai ser nada fácil. As escolas terão que rever sua
infraestrutura e procurar os espaços vazios para ajudar nessa questão, pois não poderão ter contato físico direto e a
volta vai ser gradativa. As escolas terão que respeitar as ordens vindas da Secretaria
de Saúde e será um desafio muito grande para todos.
Muitas famílias terão medo
de mandar suas crianças para a escola, mesmo porque há muitas crianças nos
grupos de risco.
O essencial é ter um diálogo
aberto entre família e escola. Isso sempre foi importante, mas agora é estritamente
necessário. Não apenas para resolver assunto relativo à educação, mas para
organizar como será esse retorno.
Para os pais com crianças na
fase da alfabetização, eles devem interagir principalmente de forma lúdica e ir
preparando as crianças para a alfabetização. Isso não quer dizer que os pais
irão alfabetizar.
A escola tem que ter planos
diferentes para cada situação do aluno e para cada faixa etária. Tanto na
avaliação como na reposição de conteúdo, se necessário, dependendo do estágio
em que esse aluno está e a produtividade de aprendizado que ele conseguiu
assimilar durante o período de aulas on-line.
Em relação às avaliações,
não poderão ser apenas com notas, como foi feito até hoje por muitas
instituições de ensino. A escola terá que buscar outras formas para avaliar o
aprendizado e não somente as notas obtidas nas avaliações. A escola terá que
ter planos diferentes para cada situação do aluno, tanto na avaliação como na
reposição de conteúdo, se necessário.
As escolas vão ter alunos fisicamente
e à distância. Os professores precisam se preparar para isso. Eles precisarão verificar
os conteúdos que são mais importantes e ter flexibilidade diante dessa nova
realidade.
Esse padrão de escola puramente
institucional e tradicional vai ter que mudar. As orientações aos alunos podem
ser digitais, mas o convívio socioemocional continua sendo fundamental. Será
necessário muito equilíbrio para correr tudo da melhor forma possível, pois,
para as crianças, a convivência com os colegas é essencial e inerente ao seu
desenvolvimento.
A educação digital não vai
substituir a educação analógica, mas a analógica não será a única forma de
ensino a existir em diversas instituições.
Certamente, isso fará a
escola evoluir. Serão encontrados novos caminhos, tecnologias e novas
estratégias com ferramentas atualizadas para melhorar o aprendizado, o que será muito
proveitoso para todos.