É
preciso estar atento ao falar em inclusão escolar no que se refere à adaptação
das escolas para receber alunos com dificuldades de aprendizagem ou alguma necessidade mais
específica.
Primeiramente
precisamos refletir que em muitas dificuldades apresentadas na aprendizagem nas
escolas nem sempre a criança apresenta alguma deficiência.
Muitas
vezes esta dificuldade acontece por falta de recursos educacionais e por conta
de profissionais que estão atuando sem o preparo necessário para atender as
solicitações e necessidades de seus alunos. Dentre os fatores que podem
influenciar na inclusão e na aprendizagem podemos listar os seguintes: a
maneira de ensinar, estratégias utilizadas, falta de criatividade, desinteresse
em buscar projetos novos e motivadores, forma de avaliar, atividades
extracurriculares que não condizem com o aprendizado, profissionais não
capacitados, coordenação desinteressada, problema de relacionamento entre o
educador e o aluno, falta de orientação aos pais.
Tudo
influencia e dificulta a inclusão nas escolas. Aceitar matricular uma criança
com dificuldade de aprendizagem ou até mesmo com um transtorno de aprendizagem
não significa incluir esta criança na escola.
A
escola tem que ser acessível para todos, usando recursos educacionais adaptados
à necessidade da criança na sua individualidade. A inclusão é um processo de
adaptação da escola para que ela atenda as necessidades buscando os melhores
meios para a criança aprender e estar inserida neste contexto. Portanto, não se
trata de ajustar este aluno no contexto escolar, mas sim, o contrário. E isso
infelizmente não tem acontecido da forma como deveria ser.
É
muito difícil tanto para a escola quanto para os professores atenderem estas
necessidades, pois se sabe que dependendo da deficiência, principalmente quando
é neurológica, é necessário um atendimento diferenciado. Porém, se essa
inclusão for obtida com êxito toda a comunidade escolar será beneficiada.
Precisamos também incentivar nossos alunos a serem solidários e conviver com as
diferenças, assim a escola terá como objetivo o bem comum, tanto para a criança
com deficiência como também para as outras.
Em
relação à criança com dificuldade de aprendizagem, o professor precisa ter uma
compreensão no processo neurobiológico para entender como funciona a
aprendizagem dessa criança em relação ao cérebro e ao sistema nervoso.
Os
termos distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem têm
sido usados de forma aleatória, mas na verdade cada um tem suas
particularidades. Esse conhecimento com certeza favoreceria a aprendizagem e
diminuiria de forma significante esses problemas. (PANISSET, 2008). E isso é
conseguido através da capacitação dos profissionais por intermédio de cursos,
leituras e discussões.
De
qualquer forma, falta um olhar diferenciado para essas crianças, pois muitas
vezes um encaminhamento psicopedagógico resolveria a angústia dessas crianças
que acabam sendo discriminadas e não incluídas na instituição escolar. Além
disso, na maioria das vezes, em um período curto de acompanhamento esse
processo de aprendizagem seria resolvido e a criança continuaria sua vida
escolar sem mais nenhuma defasagem.