Após
quase dois anos de ensino remoto, os alunos estão chegando no ensino presencial
com muitas dificuldades, defasagens, ritmos diferentes de aprendizagem e,
principalmente, com aspectos socioemocionais abalados.
As
crianças voltaram para a escola com muita alegria, mas também com muito medo,
insegurança, e questionamentos como por exemplo, como abraçar seus colegas ou
beijar a professora depois de tudo isso?
A
escola tem responsabilidade com a formação integral desses estudantes e as
competências socioeducacionais precisam ser trabalhadas e desenvolvidas, mas,
não é fácil para os educadores lidarem com toda essa responsabilidade. Eles receberam
crianças e adolescentes com uma realidade muito diferente da que vivíamos antes
da pandemia. Nesse cenário, os educadores têm que olhar com muita dedicação as
dificuldades cognitivas e o comportamento socioemocional de cada aluno, saber
lidar com individualidade, pois cada um teve, nesse período, realidades muito
diferenciadas. Precisam ter estratégias para conseguirem atingir as
competências socioeducacionais para, de maneira paralela, irem desenvolvendo a
aprendizagem cognitiva.
As
crianças ficaram dois anos sem contatos presenciais e perderam o hábito de
esperar o outro falar, respeitar a opinião do outro, sentir empatia diante das
situações, muitas vezes inesperadas, e isso restringiu as trocas de
experiências, que são fundamentais no convívio escolar.
Cabe
ao educador ter muita sensibilidade para resgatar esses comportamentos nas
crianças e adolescentes com propostas diferenciadas, porque cada criança e
adolescente está aprendendo e lidando a situação do seu jeito. Acima de tudo,
os alunos precisam sentir confiança nos seus educadores, agora muito mais do
que antes.
Se
necessário, família e escola podem buscar ajuda de profissionais capacitados, tais
como psicólogos e psicopedagogos. Buscar essa parceria pode ser produtivo para
auxiliar a desenvolver nesses alunos um novo significado nas competências socioemocionais
e na aprendizagem.
Hoje a escola se tornou um
espaço de reencontro, de ressocialização e de resgate pedagógico, um lugar onde
precisa existir muito afeto e atenção. Ela proporciona a alegria do reencontro,
o prazer em estar junto aos amigos e educadores, um local de muitas trocas e
aprendizados e não apenas de obrigações referentes a notas.