5 de jul. de 2017

Como os alunos estão vendo a escola nos dias de hoje.

Tenho observado no meu consultório que as crianças têm questionado o porquê tem que ir para a escola, porque existe escola e para que precisam estudar.

Um paciente de 8 anos comentou que ele não vê sentido em ir à escola porque ele só aprende o que não interessa. Para que serve tudo que aprende?

Que tem programas educativos que ele assiste que são muito mais interessantes do que o que ele aprende na escola e a professora ensina para ele.

Converso com jovens e também me surpreendo quando escuto a mesma queixa. Ir para a escola está muito pesado, desmotivador, sem nenhuma importância.

Acredito que a escola não evoluiu de acordo com o tempo. Continua com o mesmo paradigma dos séculos passados.

O problema é que o professor continua seguindo sempre o mesmo modelo e quer obter resultados diferentes.

O educador precisa fazer com que as crianças e jovens entendam que a escolarização é apenas uma parte da sua existência e que o conhecimento adquirido é para a vida toda.

A importância que hoje eles dão para a escola, ou melhor, o que aprendem na escola, levarão para sua vida de diferentes formas. Cabe a nós, educadores, mostrarmos e incentivarmos nossos alunos a descobrirem, de forma prática, que todo esse processo será útil para toda sua vida.

O que não podemos fazer e dar todo o conteúdo exigido, sem mostrar o porquê é necessário aprender esse conteúdo.

É preciso modernizar os processos de aprendizagem. Isso não tem haver com a tecnologia. Lógico que a tecnologia ajuda, mas, os livros exigem outras formas de comunicação e aprendizado que jamais podem ser substituídos pela internet.

A principal dificuldade das crianças e dos jovens está diretamente relacionada às aulas, já que o fato de estarem na escola é agradável para eles. O educador necessita visualizar melhor a dificuldade e a desmotivação que as aulas têm ocasionado para essas crianças.

O que tem acontecido é que as crianças tem que cumprir seu horário sentadas, ouvindo coisas que não as motivam e nem interessam, e isso faz com que elas escapem mentalmente, não prestem atenção, fiquem fazendo outras coisas na carteira, brincando, ou até mesmo atrapalhando os colegas. Muitos são “diagnosticados” nas escolas como TDAH.

Será que realmente existe esse transtorno em todas as crianças ou será que o conteúdo na forma que está sendo dado é que está fazendo com que essas crianças fiquem dispersas e agitadas?

Atualmente as crianças e jovens são muito mais ativos. Precisam de pequenos intervalos para levantar e se movimentarem.

O educador precisa ser humilde e assumir que não sabe tudo e que dentro da educação estamos sempre aprendendo também com nossos alunos. Sendo assim, deve se encorajar a buscar novas perspectivas na forma de ensinar e motivar seus alunos com novas estratégias e novos paradigmas.

Isso também sem esquecer de que é necessário ter um olhar para o emocional de seu aluno, porque isso é o que muitas vezes interfere mais na aprendizagem, do que só se preocupar com a parte cognitiva.

Procurar dar aulas que desenvolvam a escuta desse aluno, dialogar, provocar discussões e debater assuntos para troca de experiências e conhecimentos e passar o conteúdo através das conclusões pertinentes ao assunto abordado.

Com certeza nossas crianças e jovens ressignificarão o papel da escola e o porquê ela é importante para toda a sua vida.

(imagem retirado do google)


Sugiro assistir esse vídeo – “Quando sinto que já sei”