Tenho observado no meu
consultório que as crianças têm questionado o porquê tem que ir para a escola,
porque existe escola e para que precisam estudar.
Um paciente de 8 anos
comentou que ele não vê sentido em ir à escola porque ele só aprende o que não
interessa. Para que serve tudo que aprende?
Que tem programas
educativos que ele assiste que são muito mais interessantes do que o que ele
aprende na escola e a professora ensina para ele.
Converso com jovens e
também me surpreendo quando escuto a mesma queixa. Ir para a escola está muito
pesado, desmotivador, sem nenhuma importância.
Acredito que a escola não
evoluiu de acordo com o tempo. Continua com o mesmo paradigma dos séculos
passados.
O problema é que o professor
continua seguindo sempre o mesmo modelo e quer obter resultados diferentes.
O educador precisa fazer
com que as crianças e jovens entendam que a escolarização é apenas uma parte da
sua existência e que o conhecimento adquirido é para a vida toda.
A importância que hoje eles
dão para a escola, ou melhor, o que aprendem na escola, levarão para sua vida
de diferentes formas. Cabe a nós, educadores, mostrarmos e incentivarmos nossos
alunos a descobrirem, de forma prática, que todo esse processo será útil para
toda sua vida.
O que não podemos fazer e
dar todo o conteúdo exigido, sem mostrar o porquê é necessário aprender esse
conteúdo.
É preciso modernizar os
processos de aprendizagem. Isso não tem haver com a tecnologia. Lógico que a
tecnologia ajuda, mas, os livros exigem outras formas de comunicação e
aprendizado que jamais podem ser substituídos pela internet.
A principal dificuldade das
crianças e dos jovens está diretamente relacionada às aulas, já que o fato de
estarem na escola é agradável para eles. O educador necessita visualizar melhor
a dificuldade e a desmotivação que as aulas têm ocasionado para essas crianças.
O que tem acontecido é que
as crianças tem que cumprir seu horário sentadas, ouvindo coisas que não as
motivam e nem interessam, e isso faz com que elas escapem mentalmente, não
prestem atenção, fiquem fazendo outras coisas na carteira, brincando, ou até
mesmo atrapalhando os colegas. Muitos são “diagnosticados” nas escolas como
TDAH.
Será que realmente existe
esse transtorno em todas as crianças ou será que o conteúdo na forma que está
sendo dado é que está fazendo com que essas crianças fiquem dispersas e
agitadas?
Atualmente as crianças e
jovens são muito mais ativos. Precisam de pequenos intervalos para levantar e
se movimentarem.
O educador precisa ser humilde
e assumir que não sabe tudo e que dentro da educação estamos sempre aprendendo
também com nossos alunos. Sendo assim, deve se encorajar a buscar novas perspectivas
na forma de ensinar e motivar seus alunos com novas estratégias e novos
paradigmas.
Isso também sem esquecer de
que é necessário ter um olhar para o emocional de seu aluno, porque isso é o que
muitas vezes interfere mais na aprendizagem, do que só se preocupar com a parte
cognitiva.
Procurar dar aulas que
desenvolvam a escuta desse aluno, dialogar, provocar discussões e debater assuntos
para troca de experiências e conhecimentos e passar o conteúdo através das
conclusões pertinentes ao assunto abordado.
Com certeza nossas crianças
e jovens ressignificarão o papel da escola e o porquê ela é importante para
toda a sua vida.
(imagem retirado do google)
Sugiro assistir esse vídeo
– “Quando sinto que já sei”