Diante do cenário do aumento da população imunizada somado ao fato de muitos pais já terem voltado a trabalhar presencialmente, as famílias foram sentindo a necessidade de as crianças voltaram para as escolas. Além disso, há a questão do convívio social, que é extremamente importante para todas as crianças. Porém, famílias e escolas estão com dificuldades em readaptar essas crianças ao retorno para as aulas presenciais.
Muitas crianças,
principalmente na educação infantil estão sentindo mais dificuldade em se
adaptar, pois muitas delas nem lembram como era conviver socialmente e algumas
nem tiveram a oportunidade dessa convivência.
Nós adultos, família e
educadores temos que ter muita paciência e entender a individualidade de cada
criança e adolescente. Cada uma vai demonstrar sua dificuldade em se adaptar
novamente a essa realidade atual. A família e a escola sempre devem caminhar
juntas para que essa adaptação seja tranquila e segura. Acima de tudo, as
crianças precisam se sentir acolhidas e não julgadas.
Um fator importante a se
considerar é saber como cada família enfrentou a pandemia, se houve perdas na
família, perdas financeiras, como foi explicada toda essa situação da pandemia
para seus filhos e qual orientação eles receberam. Não podemos nos esquecer de que
cada criança é única, logo, cada uma vai ter um comportamento próprio de acordo
com o impacto que ela sentiu.
O papel da família para colaborar
com essa readaptação é conversar com as
crianças e adolescentes sobre as necessidades de higienização, uso e troca da máscara
e sobre o distanciamento social. Eles se adaptam muito mais fácil do que nós
adultos, mas, é importante criar uma rotina, fazer combinados e sempre pedir
ajuda das crianças e adolescentes. Eles irão se sentir mais tranquilos,
acolhidos e seguros, sendo assim a readaptação mais fácil.
Procure entender as emoções das
crianças, sem cobrar ou questionar. Se eles perceberem que os adultos que estão
convivendo com eles estão seguros, eles também se sentirão mais seguros.
A parceria com a escola também
é muito importante para os alunos maiores, que já tem conteúdos didáticos, pois
eles irão sentir, além da readaptação social, a readaptação da aprendizagem
presencial, que já ficou muito distante da realidade que eles estavam
acostumados. Isso pode acontecer principalmente para aqueles que iniciaram a fase
da alfabetização.
Nesses casos, se as crianças e
adolescentes não conseguirem acompanhar o ensino e isso persistir mais do que o
esperado, as escolas devem orientar os pais para procurarem uma ajuda
profissional. Pode ser um psicólogo, caso tenha problemas emocionais ou um
psicopedagogo, caso haja dificuldade na aprendizagem ou atraso em relação ao
conteúdo programático.
O importante é o olhar da
família e da escola, observando individualmente o comportamento e o
desenvolvimento gradativo das crianças e adolescentes nessa nova realidade.