24 de mai. de 2021

Por que sempre precisamos conversar com nossos filhos?

 Quando uma criança nasce, o primeiro grupo social a que ela pertence é a família, que é a base, o alicerce de toda sua estrutura. É na família que a criança vai buscar apoio, carinho, atenção, estímulo, atitudes, valores, segurança e equilíbrio emocional que são fundamentais para um desenvolvimento infantil saudável.

Conversar  é uma prática que deve ser feita não somente depois que a criança nasce, mas desde o ventre materno.

Ainda dentro da barriga da mãe se inicia o vínculo afetivo.  A partir da 20º semana ele já consegue escutar sons e reagir a eles, essa conversa ajuda a criar a memória afetiva.

Conversar com o bebê desde cedo ajuda a formar a parte cognitiva. Ele se acostuma com os sons do lado de fora, assim como com a voz dos pais e som das palavras

O diálogo é o elemento fundamental para um bom funcionamento familiar. Ele deve permitir as diversas opiniões e perspectivas das pessoas que fazem parte dela e dar oportunidade para uma abertura de ideias e respeito à opinião de seus componentes, resolvendo assim possíveis conflitos. Isso favorece uma melhora na qualidade das relações e no fortalecimento dos vínculos.
Mas, com o mundo moderno e o stress do dia a dia está cada vez mais difícil as famílias arrumarem tempo para o diálogo e para interagirem umas com as outras. Isso provoca o distanciamento entre os membros da família e quem sofre mais com isso são os filhos, pois é por meio do diálogo que a criança expressa seus sentimentos, seus conflitos e opiniões.

O papel dos pais é estar presente, mostrando interesse pelo que ocorre com seus filhos diariamente. Eles devem proporcionar momentos de prazer para dialogarem. Sempre devem elogiar o que for positivo e muito cuidado com as críticas. É preciso que os pais respeitem o pensamento das crianças, não debochem e nem menosprezem o que a criança falar, e o mais importante é escutar o que seus filhos desejam falar. Muitos pais não permitem que as crianças se expressem e logo vão tomando atitudes que para eles são as mais convenientes. 
As crianças percebem tudo isso, pois são muito sensíveis e perceptivas.
Observe que escutar é diferente de ouvir. Ouvir é entender a ideia, o significado da palavra. Escutar necessita dar atenção, sentir, perceber e é uma grande demonstração de carinho, afeto e amor. Escutar é decifrar a criança, compreendê-la além da linguagem verbal.

Quantas vezes ficamos frustrados quando conversamos com alguém que está nos ouvindo apenas, sem prestar atenção no que estamos falando?
Muitos pais evitam esse diálogo porque não aceitam o erro dos filhos e a todo o momento os reprimem, causando assim muita frustração nos filhos por eles não serem compreendidos e não conseguirem expressar seus sentimentos.

Muitas discórdias entre pais e filhos seriam evitadas se os pais pudessem livrar-se de preconceitos de como eles ou seus filhos devem ser ou agir. Os pais devem ter a sensibilidade de perceber que a forma de pensar de uma criança não é a mesma de um adulto, com argumentos lógicos, pois o mundo da criança é instintivo e mágico.

Não devemos perder a paciência com facilidade. Há momentos em que devemos sim, mostrar para a criança também nossos sentimentos e descontentamentos, desde que seja de maneira sincera e condizente com o momento. Precisamos ser humildes o suficiente para percebemos se nossas atitudes estão erradas e diante da criança pedir desculpas, porque a criança aprende por imitação e com certeza diante desta atitude do adulto ela irá aprender também a pedir desculpas se o comportamento inadequado for o dela.

Temos de compreender que as crianças esperam dos adultos que cuidam dela segurança e firmeza em nas suas colocações, mas elas têm necessidades de mostrar seus sentimentos, e muitos adultos se esquecem de que elas são seres humanos que apesar de pequenos já têm suas opiniões e emoções e que precisam ser ouvidos. Muitas vezes as crianças têm razão em suas colocações e aprendemos muito com elas. Não ouvi-las prejudica sua autoestima e lhes causa insegurança. Devemos primeiro ouvir o que ela quer saber e responder o que a criança pergunta com simplicidade, porque se ela não estiver satisfeita continuará perguntando.

Muitas vezes, os pais se queixam que dão broncas, falam e os filhos não escutam. Será que eles param para escutar e dialogar com seus filhos o fato ocorrido. Será que eles param para entender porque aquela criança está tendo um determinado comportamento?

Os pais devem pensar que dialogando com as crianças irão desenvolvê-las como pessoas íntegras e contribuirão para seu crescimento intelectual, cognitivo, emocional e afetivo. Com o diálogo as crianças aprenderão a ter limites e desenvolverão todo o seu potencial tornando-se responsáveis pelas suas ações e reações.