A
instituição escolar deve estar preparada para modificar sua estrutura não só
para favorecer esses alunos de inclusão, mas propiciar essa mudança para inovar
a aprendizagem de todos os alunos.
Na
prática, o professor da educação regular é a figura essencial para fazer a
acolhida da criança com algum distúrbio, transtorno ou deficiência. Não é fácil
para esse educador, pois além de ter que cumprir seu planejamento, respeitar as
ordens e exigências pré-estabelecidas, ele tem que acompanhar essas crianças
descobrindo as singularidades de cada uma e estabelecer com elas uma relação de
confiança. E ainda existe muito preconceito em relação à inclusão desses
alunos, pois alguns educadores ainda têm a visão de que esses alunos são
incapazes e não vão conseguir atingir seus objetivos. O correto é olhar esses
alunos respeitando suas individualidades e acima de tudo aprender a escutá-los.
O importante é incluí-los na sociedade e auxiliá-los para que conquistem sua autonomia
e independência dentro do limite de cada um.
O
Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço da educação especial,
previsto por lei, que deve complementar ou suplementar à escolarização no
contraturno, mas jamais substituí-la. São atividades diferenciadas daquelas
realizadas em salas de aula comum que proporcionam recursos pedagógicos mais
específicos para trabalhar as necessidades desses alunos.
Seria
um espaço dentro da dependência escolar chamada Sala de Recursos Multifuncionais,
que atenderiam os alunos com deficiência. Mas, a escola deve contratar
professores especializados em Educação Especial e proporcionar materiais
específicos para esses alunos matriculados com alguma deficiência.
O
mais importante é que os professores que forem atuar nessas salas
multifuncionais tenham um perfil adequado, que estejam emocionalmente
preparados e que gostem do que estão fazendo. Cabe ao professor da turma a
responsabilidade pela aprendizagem, mesmo tendo professor de apoio
especializado. O professor da sala regular é o responsável pela aprendizagem
desses alunos. Sendo assim, a parceria e a troca entre o professor responsável
pela sala e o professor de AEE, é essencial para o desenvolvimento dos alunos
com deficiência.
É
necessário que haja estratégias pedagógicas diferenciadas e que o educador aceite
e seja capacitado para absorver novos conceitos, modificar e inovar seus
saberes. O resultado e os benefícios são para todos os alunos e não somente
para as crianças com deficiência.
Para
que realmente haja inclusão é necessário um novo paradigma educacional. É
preciso aceitar o ser humano como seres essencialmente diferentes e que essa
diferença jamais possa servir de pretexto para discriminar o melhor do pior, o
certo ou errado. Somos seres únicos, cada um com suas dificuldades e
facilidades. Assim também é o deficiente.
Temos
que aceitar que o corpo e a mente não são pares distintos, sendo assim, o
educador deve respeitar as diferenças intelectuais de cada aluno, que é o
estabelecido na teoria das diferenças múltiplas, de Gardner.
Outra
coisa importante é fazer da aprendizagem algo significativo, em que esses
alunos poderão aplicar esse conhecimento adquirido para suas vidas em
sociedade.
Para
atingir a meta essencial de uma educação inclusiva se faz necessário que o
educador acredite que possa haver realmente essa inclusão, mudando sua maneira
de pensar e trazendo uma educação de qualidade de forma significativa para
todos seus alunos. É necessário enxergar os alunos como seres capazes de
aprender dentro de suas capacidades e buscar desenvolver o potencial que cada
um traz dentro de si, com ou sem dificuldade ou deficiência, olhando para eles como
seres únicos e identificando suas qualidades e competências.
“É
essencial que a equipe pedagógica da escola conheça seus limites e, portanto,
saiba dimensionar a ajuda que efetivamente pode oferecer. Jamais os professores
devem recear pedir ajuda, buscar auxílio, pleitear colaboração de
psicopedagogos e outros profissionais”. (Celso Antunes)