Mesmo
que a criança ou adolescente se dedique aos estudos, muitas vezes, ela não
consegue ter um bom rendimento na escola e nem se sair bem nas avaliações.
Surge
também um desinteresse pela aprendizagem formal, em aceitar as exigências da
escola, realizar as tarefas e trabalhos, ter um hábito de estudo contínuo para
as provas. Isso causa um aborrecimento para a família e também para a escola.
Muitos pais, professores e, até mesmo, a escola
não conseguem compreender porque o aluno age dessa forma, inclusive tirando
notas baixas. Afirmam que não entendem esse comportamento se a criança ou
adolescente não apresenta “nenhum problema”.
É preciso analisar e procurar o motivo desse
desinteresse, pois, não adianta observarmos apenas o resultado final. Problemas
de baixa autoestima, problemas de socialização com os colegas, prejuízo na
aprendizagem, fracasso escolar e até a depressão podem estar acometendo essa
criança ou adolescente, que, ao contrário do que achamos, já apresenta muitos
problemas.
Infelizmente, muitos pais e professores não
procuram saber o porquê disso estar ocorrendo e a situação tende a se agravar.
Com o tempo, o problema vai aumentando e, muitas vezes, afasta a criança e o
jovem, não só da aprendizagem, como também da oportunidade que poderá ter
futuramente tanto no seu crescimento pessoal como profissional e social.
Não podemos descartar a aprendizagem
fundamental como ler, escrever, interpretar e raciocinar. Essas competências fazem
parte da escolaridade e têm que ser adquiridas.
Porém, em cada pessoa as inteligências se
combinam de forma diferente. Como diz Howard Gardner: “A Educação precisa
justificar-se realçando o entendimento humano”.
De qualquer forma, a criança e o adolescente
têm que atingir notas para serem aprovados, mesmo respeitando suas
inteligências múltiplas. Isso se faz necessário para dar continuidade no seu
desempenho escolar.
Então, é preciso avaliar o que está por trás
desse desinteresse e dessa desmotivação diante da aprendizagem.
O que acontece com frequência é que boa parte
das crianças não percebe ou desconhece a importância de atingir sucesso na vida
escolar. Não são motivadas, nem respeitadas dentro da família e da escola como
um ser único e limitado.
Essas crianças, muitas vezes, recebem rótulos
de crianças preguiçosas, bagunceiras e desatentas. Sendo assim, não desenvolvem
a autoestima necessária para buscar uma aprendizagem significativa.
Hoje em dia muitas crianças e jovens estão
desmotivados, frustrados e muitos ansiosos diante da situação de insucesso que
estão enfrentando na escola.
E isso gera um prejuízo no seu
desenvolvimento não só intelectual e cognitivo, como também social e emocional.
Isso é frequentemente notado nas avaliações
psicopedagógicas.
É preciso que a escola e a família estejam conscientes
do que está ocorrendo com essas crianças e jovens e busquem juntas as causas
para encontrar a solução desse desinteresse.
Nessa situação é importante procurar ajuda de
um profissional especialista em psicopedagogia para diagnosticar, dar suporte e
intervir positivamente nesse processo de aprendizagem. Isso vai facilitar a
construção da autoestima do eu cognocente (intermediação entre desejo e razão)
e buscar os obstáculos que impedem essa construção do conhecimento.