30 de ago. de 2019

COMO O OLHAR DOS EDUCADORES PODE AJUDAR O EDUCANDO?


Vou iniciar esse texto relatando uma experiência vivida em consultório com uma criança de 8 anos de idade, cuja queixa da família e da escola dizia respeito à falta de foco, comportamento imaturo e desinteresse em geral, e isso estava refletindo na aprendizagem e alfabetização.
Através do processo do  diagnóstico  psicopedagógico identifiquei a falha que existia no início da sua vida escolar, ainda na educação infantil. Mostro com isso a importância do “olhar psicopedagógico” para contribuir com uma intervenção que ajude essa criança a sentir interesse e motivação em relação ao processo de ensino-aprendizagem.
Um olhar através das palavras e comportamentos que não só definem o seu mundo exterior, mas principalmente o mundo interior que essa criança está vivenciando em emoções e pensamentos. No caso em questão, seu emocional está comprometido, pois, seus colegas já conseguem ler e ela ainda não. Se sente inferiorizada e comenta que só ela não sabe.
Segundo Chauí,  os olhos podem ser “a janela da alma e o espelho do mundo”.
Sendo assim,  o processo educativo depende de o educador ter o desejo e se realizar com o ensinar para despertar no aluno o desejo de aprender, buscando as condições necessárias para a sua aprendizagem.
Também não podemos nos esquecer de que cada criança é única e devemos buscar outras estratégias para que o aprendizado aconteça.
Sinto, ainda, na educação a falta de escuta e abertura do educador.  É necessário mudar esse olhar para criar um vínculo maior com o conhecimento do seu aluno de modo individual para que ocorra realmente a aprendizagem.
Essa educação com o olhar apurado demanda uma atenção, presença e entrega ao outro, já que dessa forma o educador será capaz não somente de enxergar o aluno, mas também observá-lo, para compreender como esse aluno pensa, como se relaciona consigo mesmo, com os outros e com o conhecimento. Mas, esse olhar não pode ficar só na mão do professor. É preciso que os pais e escola também percebam a necessidade, limitação e desejo desse educador para que haja a aprendizagem não como uma mera transmissão de informações entre o professor e o aluno, mas uma troca de experiências e participação de todos que estão envolvidos com esse aluno, criando um vínculo para entender não somente o seu mundo exterior, mas também a relação com suas necessidades internas. Isso é preciso pois, se ocorrer uma frustração ou bloqueio de suas necessidades internas, esse aluno não conseguirá internalizar sua aprendizagem.
A escola e o educador devem orientar os pais a procurar um profissional em psicopedagogia pelo bem-estar da criança, para que seu desenvolvimento e crescimento aconteçam de forma saudável, uma vez que esse profissional por ter esse olhar diferenciado ajudará essa criança a melhorar o seu desempenho escolar  e, por consequência, a sua autoestima.