19 de nov. de 2012

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR


O ato de brincar é uma condição essencial para o desenvolvimento da criança, pois proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
Através da brincadeira as crianças ultrapassam a realidade, transformando-a por meio da imaginação. Desta forma, expressam o que teriam dificuldades em realizar por meio do uso de palavras.
 A criança precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se amplia e inclui os colegas e a escola.
O brincar contribui para a formação de sua autonomia e sociabilidade ajudando a criança a atravessar sua infância e adolescência.
É brincando que a criança elabora o luto pela perda relativa dos cuidados maternos, descobre estratégias para enfrentar desafios, situações novas e como resolvê-las se responsabilizando pelos seus atos.
A criança busca sua independência através de conquistas no seu dia a dia e, por isso, devem ser mostrados de forma clara sua liberdade e seus limites, pois na brincadeira ela vai criar situações divertidas, e com isso vai aprender a respeitar o combinado.
É dever dos pais e educadores respeitar a necessidade da criança de brincar compreendendo que por meio da brincadeira a criança desenvolve sua saúde física e mental em todos os aspectos e interações.
Devemos refletir que “o lúdico não está nas coisas, brinquedos ou nas técnicas, como no computador, mas nas crianças, ou melhor dizendo, no homem, que as imagina, organiza e constrói”. (Oliveira; 2000).
Brincando, a criança desenvolve sua inteligência aprendendo a representar simbolicamente a sua realidade, aprendendo cada vez mais a deixar de ser o centro das atenções e colocar-se no lugar do outro, sociabilizando-se e desenvolvendo as inteligências múltiplas. O papel das instituições é criar espaço para o lúdico, pois isso contribui para mostrar a importância preventiva e curativa em relação a problemas de aprendizagem.
A brincadeira, por ser uma atividade livre e prazerosa onde aparece a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança. A brincadeira também entra no mundo adulto através da imitação e isso também contribui para o desenvolvimento da criança, que aprende também a lidar com frustrações.
O faz de conta é extremamente rico porque favorece a separação saudável da realidade versus fantasia e integra o passado ao presente, através das lembranças, desejos e sonhos que carregam consigo, construindo a memória. O faz de conta também cria situações que auxiliam as crianças no desenvolvimento da criatividade e da autonomia. 
A dramatização também ajuda a criança a firma-se como pessoa e a externalizar sentimentos e pensamentos, inclusive ajuda a trabalhar sua agressividade e a dar vazão às possíveis necessidades de autopunição pela culpa. Possibilita assim um movimento de recuperação e de restituição da imagem de si mesmo e do outro.
Pais e educadores devem ler e contar histórias para as crianças. Os contos de fadas ajudam a criança a construir sua personalidade e contribuem para dominar seus próprios conflitos internos. Os contos tem o poder de nos fazer conhecer e compreender a nós mesmos. Pela imensa riqueza e poder de suas palavras, os contos de fadas merecem um espaço reservado em qualquer projeto político-pedagógico.

(trabalhando o livro: O Homem Biscoito)


E quanto aos jogos? Eles também contribuem para o desenvolvimento integral do sistema nervoso em seus aspectos psicomotores, cognitivos e afetivo-emocional, reflexivo e criativo.
Na fase da alfabetização os jogos e brincadeiras são excelentes formas de trabalhar com a criança para facilitar o aprendizado. Porém, muitas vezes por falta de compreensão, algumas escolas e pais não valorizam tanto o lúdico da vida da criança.
Segundo Piaget, é através da integração da criança com o brincar que ela vai construindo o seu conhecimento e promovendo suas habilidades. Cada faixa etária tem uma necessidade e um interesse diferente durante a brincadeira. 
“Professor bom não é aquele que dá uma aula perfeita, explicando a matéria. Professor bom é aquele que transforma a matéria em brinquedo e seduz o aluno a brincar. Depois de seduzido o aluno, não há quem o segure”.  (Rubem Alves)