O ato de brincar é uma condição essencial
para o desenvolvimento da criança, pois proporciona o desenvolvimento da
linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
Através da brincadeira as crianças
ultrapassam a realidade, transformando-a por meio da imaginação. Desta forma,
expressam o que teriam dificuldades em realizar por meio do uso de palavras.
A criança precisa percorrer todas as
etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu
primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se
amplia e inclui os colegas e a escola.
O brincar contribui para a formação de sua
autonomia e sociabilidade ajudando a criança a atravessar sua infância e
adolescência.
É brincando que a criança elabora o luto pela
perda relativa dos cuidados maternos, descobre estratégias para enfrentar
desafios, situações novas e como resolvê-las se responsabilizando pelos seus
atos.
A criança busca sua independência através de
conquistas no seu dia a dia e, por isso, devem ser mostrados de forma clara sua
liberdade e seus limites, pois na brincadeira ela vai criar situações
divertidas, e com isso vai aprender a respeitar o combinado.
É dever dos pais e
educadores respeitar a necessidade da criança de brincar compreendendo que por
meio da brincadeira a criança desenvolve sua saúde física e mental em todos os
aspectos e interações.
Devemos refletir que “o lúdico não está nas
coisas, brinquedos ou nas técnicas, como no computador, mas nas crianças, ou
melhor dizendo, no homem, que as imagina, organiza e constrói”. (Oliveira;
2000).
Brincando, a criança desenvolve sua inteligência
aprendendo a representar simbolicamente a sua realidade, aprendendo cada vez
mais a deixar de ser o centro das atenções e colocar-se no lugar do outro,
sociabilizando-se e desenvolvendo as
inteligências múltiplas. O papel das instituições é criar espaço para o
lúdico, pois isso contribui para mostrar a importância preventiva e curativa em
relação a problemas de aprendizagem.
A brincadeira, por ser uma atividade livre e
prazerosa onde aparece a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da
criança. A brincadeira também entra no mundo adulto através da imitação e isso
também contribui para o desenvolvimento da criança, que aprende também a lidar
com frustrações.
O faz de conta é extremamente rico porque
favorece a separação saudável da realidade versus
fantasia e integra o passado ao presente, através das lembranças, desejos e
sonhos que carregam consigo, construindo a memória. O
faz de conta também cria situações que auxiliam as crianças no desenvolvimento
da criatividade e da autonomia.
A dramatização também ajuda a criança a
firma-se como pessoa e a externalizar sentimentos e pensamentos, inclusive ajuda
a trabalhar sua agressividade e a dar vazão às possíveis necessidades de autopunição
pela culpa. Possibilita assim um movimento de recuperação e de restituição da
imagem de si mesmo e do outro.
Pais e educadores devem ler e contar
histórias para as crianças. Os contos de fadas ajudam a criança a construir sua
personalidade e contribuem para dominar seus próprios conflitos internos. Os contos tem o poder de nos fazer
conhecer e compreender a nós mesmos. Pela imensa riqueza e poder de suas
palavras, os contos de fadas merecem um espaço reservado em qualquer projeto
político-pedagógico.
(trabalhando o livro: O Homem Biscoito)
E quanto aos jogos? Eles também contribuem
para o desenvolvimento integral do sistema nervoso em seus aspectos
psicomotores, cognitivos e afetivo-emocional, reflexivo e criativo.
Na fase da alfabetização os jogos e
brincadeiras são excelentes formas de trabalhar com a criança para facilitar o
aprendizado. Porém, muitas vezes por falta de compreensão, algumas escolas e
pais não valorizam tanto o lúdico da vida da criança.
Segundo Piaget, é através da integração da
criança com o brincar que ela vai construindo o seu conhecimento e promovendo
suas habilidades. Cada faixa etária tem uma necessidade e um interesse
diferente durante a brincadeira.
“Professor bom não é
aquele que dá uma aula perfeita, explicando a matéria. Professor bom é aquele
que transforma a matéria em brinquedo e seduz o aluno a brincar. Depois de
seduzido o aluno, não há quem o segure”.
(Rubem Alves)